Treinador lembra que timidez do volante existe desde os tempos de Flamengo, mas avisa: ‘Ele vai ter que provar muita coisa dentro de campo’
O comportamento já era conhecido desde os tempos de Gávea, mas para evitar interpretações dúbias e esclarecer para o torcedor do Botafogo o silêncio de Jônatas na apresentação oficial como jogador alvinegro, Ney Franco deixou um pouco de lado o cargo de treinador e exerceu a função de advogado, nesta sexta-feira, no Centro de Treinamento João Saldanha, em General Severiano.
Acostumado com a timidez do volante, com quem trabalhou no Flamengo, Ney pediu respeito diante das atitudes de Jônatas e lembrou que, independentemente de conceder entrevistas ou não, o mais importante é o desempenho dentro de campo.
- O que aconteceu é fora da normalidade, mas temos que respeitar o sentimento do atleta. Vocês (da imprensa) o conhecem há algum tempo. É um perfil diferente do mundo atual, onde todo mundo quer ser celebridade. Isso assusta. Temos que acreditar no sentimento dele. O mais importante é passar que é um jogador que tem condição de chegar e desenvolver um bom trabalho. É bom explicar para o torcedor do Botafogo.
O comandante alvinegro, inclusive, pediu um voto de confiança e garantiu que nem mesmo uma atuação de gala com a camisa do Glorioso será capaz de mudar o comportamento do jogador.
- Às vezes ele vai sair de um jogo onde foi o melhor em campo e não aparecer para dar entrevistas. Mas não pode ser julgado por isso. O Jônatas tem fobia. Não é por ser marrento ou por não respeitar a crônica esportiva. Peço voto de confiança para ele.
Para defender o volante, o treinador, que é músico nas horas vagas, usou como exemplo até um ícone de outro segmento que também tem aversão às câmeras e microfones.
- É um perfil como o do João Gilberto na música, sem querer fazer comparações (risos).
Sobre o relacionamento com o restante dos companheiros, Ney Franco garantiu que é o melhor possível. Ao lado de outros alvinegros revelados pelo rival, Jônatas aos poucos vai se ambientando. Com a bola nos pés, no entanto, o treinador prefere esquecer o passado vitorioso no Flamengo (conquistaram juntos a Copa do Brasil de 2006).
- Dentro de campo ele vai ter que provar muita coisa, precisa render. Está tendo a oportunidade de recuperar a carreira. O jogador já está entrosado com o grupo. Se juntou aos jogadores que conhecia, como Reinaldo e o Victor Simões. Não vamos colocar um rótulo.
Ainda fora de forma, Jônatas não viaja com a delegação para Florianópolis nesta sexta-feira, e não encara o Avaí, sábado, às 18h30m, na Ressacada, pela décima rodada do Brasileirão.
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